terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Nosso ex-segundo esporte


Hoje seria o meu dia (Pedro Oliveira) de escrever, mas como estou de férias fico num ritmo bem lento... Prefiro ceder minha vez para o Mário, que inclusive convida a todos para assistirem o Profissão Repórter de hoje, pois é, terça-feira (15), que foi gravado no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, o local onde ele trabalha. Assistam! Para quem não sabe é na Globo.







Por Mário Oliveira


Por muitos tempo foi algo comprovado, logo após o futebol, era o basquete que pintava como esporte favorito dos brasileiros. Já não é mais. E faz tempo.

Hoje, esse honroso segundo lugar nos corações brasileiros (porque convenhamos que o 1° é do futebol e ninguém tasca) pertence ao vôlei, acho até que natação, iatismo e tênis aparecem a frente do jogo de cestas. Tudo isso se deve unicamente a crise que este esporte enfrenta há tempos.

Crise essa que não é técnica, porque se antes tínhamos Oscar, Pipoca e Companhia, hoje temos brasileiros na NBA, o melhor basquete do mundo. Confesso que o basquete nunca me cativou muito, e se tenho algum conhecimento para falar de outros esportes, este talvez seja o que eu menos tenho base. Mas há coisas que não dá pra deixar de notar.

Havia brigas entre atletas e dirigentes inescrupulosos. Nenê, Varejão e Leandrinho, maiores astros tupiniquins deste esporte, não freqüentavam nossa seleção, patrocínios foram perdidos, o basquete brasileiro literalmente parou.

É notável o amadorismo de dirigentes nos esportes olímpicos brasileiros.

É notável também o pouco espaço da mídia para outros esportes. A maior vitrine destes esportes no Brasil é sem dúvida as Olimpíadas, para ser visto, conquistar adeptos e patrocínios. Acontece que o basquete brasileiro não vai a uma desde 1996, em Atlanta.

Oscar ainda jogava.

Assim era mais do que claro, que o esporte iria aos poucos cair no esquecimento da população brasileira, ainda agravado pelo sucesso, durante esse período, brasileiro em outros esportes. Ganhamos mundiais e olimpíadas com o vôlei, ganhamos na natação e no judô, conquistamos Grand Slams no tênis, o iatismo é sempre uma certeza de medalha para o Brasil, vimos ainda uma mulher ganhar um ouro individual no atletismo olímpico. Tudo isso se sobrepôs ao basquete.

Brasileiro tem memória curta. Quem se lembra de Maria Esther Bueno? E do título mundial de basquete em 1959?

Talvez agora, 13 anos após a nossa última participação em Olimpíadas, as coisas estejam começando a engatinhar. Uma outra competição foi organizada, O NBB, Nosso Basquete Brasil tem a supervisão da LNB, a Liga Nacional de Basquete, entidade criada para fazer paralelo à CBB, a Confederação Brasileira de Basquete, que neste novo campeonato (estamos na segunda edição) tem a função apenas da parte técnica, cuidar da arbitragem e dos registros de jogadores e transferências. O restante fica a cargo dos clubes.

Ainda é pouco, e devemos ficar de fora também das Olimpíadas de Londres em 2012, mas uma hora a caminhada tinha que começar. Devemos agora também angariar novos atletas. O Brasil é imenso e tem potencial para isso.

Não é só no basquete, a mentalidade esportiva brasileira tem que mudar de uma maneira geral. Somos grandes. É só que o basquete é hoje o esporte que escancara esse amadorismo total.

É só tomar o exemplo de nostros hermanos argentinos, que com um terço do tamanho do Brasil, são potência futebolística sim. Mas potência também em um outro diverso leque de esportes.

Nota

Vamos jogar o Mundial ano que vem na Turquia, a competição que dá apenas ao vencedor vaga nas Olimpíadas, conta com seleções como Argentina, Lituânia, Espanha, Porto Rico e China. Para piorar, no sorteio realizado neste dia 15, caímos no grupo dos Estados Unidos. Alguém ai acha que dá? Eu duvido.

2 comentários:

  1. Comentário no mínimo eu faço. Acho que a geração do basquete brasileiro é muito boa e mesmo que ainda não seja o ideal, o NBB é um bom reinício para a modalidade no Brasil. Passamos fácil para a a segunda fase, mesmo se não pudermos contar com o Nenê, que está arrebentando na NBA.

    O basquete perdeu o posto de segundo esporte pelos resultados. A desorganização ajudou, mas faltou também renovação nos métodos de treinamento técnico e tático de nossos conterrâneos. A chegada do velhinho Moncho deu uma nova energia ao nosso melhor basquete... o basquete de velocidade.

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  2. Um comentario nao direcionado ao basquete, mas ao esporte em si.
    No Brasil pra o cara iniciar no esporte e abdicar dos estudos ou do trabalho fica foda véi, em outras palavras, talvez tenha me expressado mal, se profissionalizar no esporte, querer aquilo pra vida, fica muito dificil pq senão o cara morre de fome. Aquele viado da ginástica tem título mundial e um dia desse tava sem patrocinio. Quem vai pagar as viagens do cara pra disputar competições? brincadeira véi.. digo isso pq para surgir talentos deve ter muito treino, sem grana como fazer? Brasil peca muito, não investe realmente no esporte, quando todos nós sabemos que é uma otima forma de inclusão social principalmente para quem não teve oportunidade de estudar.
    Então o cara tem que ir na raça.. nos esportes coletivos precisamos de vários raçudos (ou berços de ouro).. e se o esporte não é popular fica mais dificil do que já é. Se o basquete que tem uma grande popularidade tá assim? Já imaginou montar uma equipe de beisebol do Brasil? Quem vai dedicar sua vida para treinar?

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